Sentir antes de fotografar
- maitedaryfotografia
- 19 de mar.
- 2 min de leitura
Há um momento em toda sessão fotográfica que transcende a técnica, a luz e o enquadramento. É quando, por trás de um sorriso ou de um olhar, a essência da pessoa surge, quase como se pedisse para ser capturada.
Sempre acreditei que a fotografia é muito mais do que registrar a aparência de alguém. É sobre revelar o que está além da superfície: as emoções, os sonhos, as lutas e as histórias que cada um carrega consigo. Mas chegar a esse nível de profundidade exige mais do que uma boa câmera. Exige conexão.
Fotografar alguém é como abrir um diálogo silencioso. Antes mesmo de a câmera ser levantada, é preciso criar um ambiente onde a pessoa se sinta segura para ser quem ela realmente é. Não é apenas sobre posar ou seguir instruções. É sobre confiança. Para capturar a alma de alguém, primeiro é preciso vê-la.
O que mais me encanta nesse processo é a autenticidade. Capturar a alma de alguém não significa mostrar apenas o lado “bonito” ou perfeito, mas toda a sua complexidade. Aquele olhar que guarda uma história, aquele sorriso que carrega dor e superação, aquela expressão de quem está, finalmente, em paz consigo mesmo.
É por isso que acredito que a fotografia é uma forma de arte profundamente humana. Ela exige que nos conectemos com o outro, que vejamos além do óbvio. Cada vez que fotografo alguém, sinto que estou registrando algo único, algo que pertence exclusivamente àquela pessoa.
Quando olho para as fotos que mais me marcaram, percebo que todas têm algo em comum: nelas, a alma da pessoa está presente, viva, pulsando. É isso que dá sentido ao meu trabalho e à minha busca constante por histórias que iluminam.
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