O clique que não estava no roteiro

A fotografia é uma arte que, embora dominada por técnicas, nunca deixa de nos surpreender. A cada sessão, por mais preparada que esteja, sempre há algo que escapa ao controle. Algo imprevisto, inesperado. E é justamente nesses momentos que a magia acontece.

Uma das maiores lições que aprendi como fotógrafa foi aceitar que, por mais que o planejamento seja essencial, a espontaneidade é uma força ainda mais poderosa. O momento exato de capturar uma imagem não pode ser forçado; ele surge, muitas vezes, quando menos esperamos.

Às vezes, as melhores fotos não são aquelas que saem do controle, mas as que nascem exatamente no momento em que a câmera captura um sentimento genuíno, uma reação autêntica. Ao longo dos anos, aprendi a dar espaço para que o inesperado acontecesse. Deixar a natureza tomar o controle, permitir que a luz se mude de forma imprevisível, aceitar os erros como parte do processo criativo.

É isso que torna cada ensaio uma experiência única. Cada sessão de fotos é, na verdade, uma dança entre o planejado e o imprevisto. O segredo está em como reagimos a ele, como encontramos a beleza nas interrupções e, muitas vezes, como transformamos um momento de desordem em arte.

Cada vez que olho para uma foto que não saiu como imaginei, lembro-me de que o imprevisto tem um papel fundamental na criação de algo realmente autêntico. O imprevisto é, na verdade, a essência da vida: tudo está em constante movimento, nada é fixo. E a fotografia, assim como a vida, nos ensina a abraçar isso.

Por isso, convido você a olhar para cada foto não apenas como uma imagem, mas como um encontro com o desconhecido. Afinal, é quando nos permitimos ser surpreendidos que encontramos as mais belas histórias.